Resenha: A Probabilidade Estatística Do Amor Á Primeira Vista por Jennifer E. Smith

14:28

Sinopse: Quem imaginaria que quatro minutos poderiam mudar a vida de alguém? Mas é exatamente o que acontece com Hadley. Presa no aeroporto em Nova York, esperando outro voo depois de perder o seu, ela conhece Oliver. Um britânico fofo, que se senta a seu lado na viagem para Londres. Enquanto conversam sobre tudo, eles provam que o tempo é, sim, muito, muito relativo. Passada em apenas 24 horas, a história de Oliver e Hadley mostra que o amor, diferentemente das bagagens, jamais se extravia.
Título: A Probabilidade Estatística Do Amor Á Primeira Vista
Autor(a): Jennifer E. Smith
Páginas: 392
Editora: Galera
Avaliação: 5/5

Esse é um livro lindo, não só pela capa super fofa, mas também pela estória que se revelou muito mais do que eu esperava. Não acredito em amor a primeira vista, por isso não esperava gostar tanto do livro, mas o que realmente me surpreendeu é que um livro que se passa em 24h conseguiu me fazer chorar durante metade da leitura. 


Hadley está indo para Londres para ser madrinha do casamento de seu pai com uma mulher que ela nunca conheceu e que foi a responsável pela dissolução da sua família. Ela nunca se conformou ou perdoou o pai por ter deixado ela e sua mãe nos EUA e se mudado para outro país com outra mulher, por isso ainda sente uma grande raiva e magoa e considera que essa viagem vai levá-la para o pior dia da sua vida.
Mas, mesmo não querendo entrar naquele avião, não foi de propósito que ela se atrasou quatro minutos, por um mero acaso do destino ela ficou presa no aeroporto por três horas até sair o próximo voo. Só que Hadley é claustrofóbica, não se sente bem um lugares muito cheios e ficou toda perdida na confusão de malas e pessoas que estavam no aeroporto em pleno 4 de julho. E aí ela conhece Oliver, o único que foi gentil com ela e a ajudou enquanto estava confusa, ele é londrino, estuda em Yale, está no mesmo voo que ela e somente com uma cadeira entre os dois. Será que algumas horas de conversa é capaz de realmente mudar muita coisa na vida deles?

Quando comecei a leitura esperava uma estória leve, fofa e divertida, porém o que encontrei foi uma escrita deliciosa que chega ser quase poética em certos momentos e que vai fundo em sentimentos como abandono, decepção, perda e desapontamento. O grande destaque do livro são conflitos familiares tanto de Hadley como os de Oliver, intercalados a momentos divertidos e com todo encanto do começo de uma paixão. 

Gostei e me identifiquei muito com Hadley, ela é muito intensa, um pouco rebelde e, graças ao pai, é uma amante de livros. Já Oliver é a coisa mais linda do mundo. Ele é gentil, engraçado, mesmo conhecendo Hadley a pouca horas se preocupa o suficiente para tentar distraí-la do seu medo e ainda tem olhos verdes e o sotaque do inglês britânico. Tem como não se apaixonar? Mas ele não é perfeito, Oliver comete erros e no final a gente descobre que tem muitos sentimentos presos, porém ele reconhece e se redime por seus defeitos. Como disse no início da resenha, não acredito em amor á primeira vista, que só de se conhecer sabe que encontrou o amor da sua vida ( coisa que acontece MUITO em livros YA ). Acho que o que pode acontecer é um encantamento, um interesse, mas só quando se conhece a pessoa, descobre o seu jeito, suas preferências e defeitos é que pode se apaixonar e, enfim, amar a outra pessoa. E o que a autora fez no livro foi muito crível, apesar de ser pouco tempo, Hadley e Oliver passaram horas se conhecendo e se apaixonando aos poucos, fazendo os leitores se apaixonarem pelos personagens e suas estórias ao mesmo tempo também.

A forma com que é tratada a relação de Hadley com seu pai, e toda a magoa que ela carrega dele mexeu muito comigo, não sei se foi porque eu sou uma manteiga derretida, mas a autora intercalava lembranças - a do vaga-lume foi pura maldade - com o que estava realmente acontecendo mostrando todas as ligações e promessas supostamente quebradas de uma forma tão simples e sincera que me fez chorar tanto e em tantos momentos que não tem como negar a beleza da estória que a Jennifer contou. E mais, é uma estória que te faz repensar o que um segundo pode mudar na nossa vida, o que podemos perder e ganhar quando nos atrasamos ou adiantamos um pouquinho que seja. É engraçado pensar como o futuro é uma coisa frágil que pode se alterar completamente por um simples atraso de 4 minutos, por exemplo. 

Escrever um livro para um enredo que se passa em somente em 24 horas é com certeza um desafio, mas aqui a autora acertou em cheio. Ela não correu demais os fatos e também não enrolou, disse tudo o que precisava com uma escrita deliciosa e extremamente bonita, até mesmo poética, fazendo desse livro um daqueles que você lê e se perde no meio da leitura até que, quando você menos espera, chega no final e aí você só quer sentar e chorar porque acabou.  

A Probabilidade Estatística Do Amor Á Primeira Vista me arrancou risadas, suspiros e lágrimas, fez com maestria o que todo livro é suposto a se fazer: te envolver na estória, por algumas horas de transportar para uma outra vida e te despertar os mais diferentes tipos de sensações. É um livro simples, mas jamais bobo, e que por sua simplicidade me conquistou fazendo com que no minuto em que o fechei só consegui pensar em quando iria rele-lo. Leiam, vocês vão se surpreender.
Uma pessoa contou certa vez que há uma fórmula para o tempo que se leva para esquecer alguém: é a metade do tempo que ficaram juntos. Hadley tem lá suas dúvidas sobre essa teoria, um cálculo tão simples para uma coisa tão complicada quanto um coração partido.
Oliver é como uma música que ela não consegue esquecer. Por mais que tente, a melodia do encontro entre os dois fica tocando na cabeça repetidamente, cada vez mais agradável, como uma canção de ninar, como um hino; não tem como ficar cansada daquilo.
E apesar de todos os noivos estarem felizes em seus casamentos, há alguma coisa em particular neste noivo que deixa Hadley quase sem ar. Ela fica sem saber o que fazer com tanta alegria no olhar dele, com seu sorriso profundo. Ela congela, fica dilacerada. Parece que estão torcendo seu coração como se fosse uma toalha molhada.

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