Resenha: Insurgente por Veronica Roth

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Sinopse: Na Chicago futurista criada por Veronica Roth em Divergente, as facções estão desmoronando. E Beatrice Prior tem que arcar com as consequências de suas escolhas. Em Insurgente, a jovem Tris tenta salvar aqueles que ama - e a própria vida – enquanto lida com questões como mágoa e perdão, identidade e lealdade, política e amor. 
Título: Insurgente - Série Divergente
Autor(a): Veronica Roth
Páginas: 512
Editora: Rocco
Avaliação: 4,5/5 

Contém spoilers de Divergente.
Eu enrolei bastante para ler Insurgente porque, sendo sincera, eu tinha esquecido muito coisa que tinha acontecido em Divergente e tinha medo de que isso atrapalhasse a leitura, o que de fato aconteceu. Mas me arrependo, mesmo assim, de não ter lido antes. A sequência dessa série é ainda melhor do que eu imaginava. 


Depois da simulação provocada pela Erudição tudo ficou um caos, a Abnegação está quase toda destruída, a Audácia está divida ao meio e as outras facções não sabem que posição tomar em relação a Erudição. No meio disso tudo Tris se encontra perdida entre superar a perda de seus pais e Will, entender o que realmente aconteceu e as motivações da Erudição, além de encontrar um lugar seguro e achar uma forma de parar toda essa loucura.

O livro começa exatamente onde o anterior termina e isso foi um problema para mim que, como eu já disse, tenho dificuldade de lembrar algumas coisas, principalmente o nome de personagens. Sei que boa parte disso é culpa minha, mas também acho que é um dever do autor relembrar pontos importantes do livro anterior logo no começo e a Veronica Roth pecou um pouco nesse aspecto. Eu tive que parar a leitura algumas vezes e voltar em Divergente para lembrar quem era cada personagem e fiquei um pouco confusa em outras partes da estória. Mas superado esse problema inicial a leitura passou a fluir super bem. 

Por outro lado, o fato de começar dessa forma evidencia muito bem uma característica marcante desse livro: muita ação. Acontece muito coisa e o livro não fica monótono em nenhum momento e, por incrível que pareça, também não fica corrido. Ao mesmo tempo que recebemos explicações outras perguntas são levantadas o que dá sempre um novo objetivo para os personagens. Falando neles, a autora não teve dó nenhuma de mata-lós aqui. De verdade, ninguém escapou, nem aqueles personagens que você tinha certeza que não iriam morrer. Não que ela tenha matado personagens super importantes, mas eles eram marcantes e não deixava de chocar a cada morte. Ou seja, se querem um conselho, não se apeguem muito a ninguém.

A Tris é uma das únicas personagens de livros YA que não me deixa irritada ao ponto de querer dar uns tapas, ela comete erros, claro, mas são perfeitamente aceitáveis e dentro do contexto e da sua personalidade. Ela só me irritou um pouco por ficar dramatizando um acontecimento da primeira -literalmente- página a última do livro, mas, tirando isso, eu tiro o meu chapéu para ela que tomou algumas atitudes bem inteligentes ao decorrer da estória. Já o Tobias, ou Quatro, foi o que mais me deu raiva por suas decisões ou muito ingênuas ou incoerentes. Só que aqui fica um ponto que eu gostei bastante, acho que é um dos únicos casais de livros jovens adultos que não traz aquela utopia de casal perfeito. Nesse livro eles discordaram em vários momentos e tiveram também muitas brigas, mas acabaram sempre se acertando no final. E não é sim que relacionamentos de verdade acontecem? Se tornou praticamente impossível não torcer pelo casal. 

Mas o que faz de Divergente a melhor série distópica para mim é que parte política é muito bem pensada e desenvolvida. E se já estava bom com a ideia inicial das facções a notícia bombástica do final elevou tudo a um outro nível. Preciso do próximo AGORA!

A narrativa deliciosa da Veronica Roth coroa tudo isso rendendo risos, momentos de tensão e muitas lágrimas também. Foi um livro que me surpreendeu bastante e que veio para consolidar essa como a minha distopia preferida. 
A crueldade não faz uma pessoa ruim, da mesma forma que a coragem não faz uma pessoa boa.
Descobri que as pessoas são compostas de camadas e mais camadas de segredos. Você pode achar que as conhece, que as entende, mas seus motivos estão sempre ocultos, enterrados em seus próprios corações. Você nunca as conhecerá de verdade, mas, às vezes, decide confiar nelas.
Decido guardar a camisa, para me lembrar do motivo original que me levou a escolher a Audácia: não foi por eles serem perfeitos, mas porque estão vivos. Porque são livres.

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