Resenha: A Desconstrução de Mara Dyer por Michelle Hodkin

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Sinopse: Um grupo de amigos... Uma tábua ouija... Um presságio de morte. Mara Dyer não estava interessada em mensagens do além. Mas para não estragar a diversão da melhor amiga justo em seu aniversário ela decide embarcar na brincadeira. Apenas para receber um recado de sangue. Parecia uma simples piada de mau gosto... até que todos os presentes com exceção de Mara morrem no desabamento de um velho sanatório abandonado. O que o grupo estaria fazendo em um prédio condenado? A resposta parece estar perdida na mente perturbada de Mara. Mas depois de sobreviver à traumática experiência é natural que a menina se proteja com uma amnésia seletiva. Afinal, ela perdeu a melhor amiga, o namorado e a irmã do rapaz. Para ajudá-la a superar o trauma a família decide mudar para uma nova cidade, um novo começo. Todos estão empenhados em esquecer. E Mara só quer lembrar. Ainda mais com as alucinações - ou seriam premonições? - Os corpos e o véu entre realidade, pesadelo e sanidade se esgarçando dia a dia. Ela precisa entender o que houve para ter uma chance de impedir a loucura de tomá-la....
Título: A Desconstrução de Mara Dyer
Autor(a): Michelle Hodkin 
Páginas: 378
Editora: Galera
Avaliação: 4/5

Mesmo sem conhecer nada da estória no momento que vi a capa e o título desse livro fiquei simplesmente louca por ele. Essa singularidade que me atraiu imediatamente se confirmou ainda mais durante a leitura, apesar de ter os seu clichês A Desconstrução de Mara Dyer é diferente de tudo que eu já li. Essa mistura de thriller psicológico, suspense, sobrenatural, romance  e comédia pode não ser perfeita, mas é sensacional. 


Mara Dyer é a única sobrevivente de um desabamento que matou sua melhor amiga, seu namorado e a irmã dele e, consequentemente, a única que sabe o que aconteceu aquele dia. Porém Mara não faz ideia do porque eles estavam em um sanatório abandonado e caindo aos pedações e muito menos do que aconteceu lá. Segundo sua mãe, que é psicóloga, e outros médicos esse bloqueio de memória foi a forma que seu cérebro encontrou para protegê-la e para assegurar que esses lembranças voltem no tempo certo - se voltarem. Querendo esquecer e superar o acontecido, a família de Mara, sua mãe, seu pai, e seus dois irmãos, decidem se mudar para Miami e recomeçar de novo. Só que Mara não tem sido completamente honesta com sua família, ela não está melhorando, as vozes que vem ouvindo e as visões de seus amigos mortos a faz começar acreditar que está ficando louca. Ou é isso, ou alguma ainda mais inacreditável pode estar acontecendo. 

Comecei a leitura sem saber muito bem qual era a estória do livro e acho que isso foi um ponto positivo, porque eu não esperava nada do que acontece ali. Nós conhecemos Mara em um momento delicado da sua vida e como o livro é narrado em primeira pessoa pela personagem ficamos presos ao ponto de vista e aos conhecimentos limitados dela. É, no mínimo, angustiante essa dúvida que paira durante quase o livro todo se o que a Mara vê está realmente acontecendo ou é o fruto de uma loucura, ela fica o tempo todo se equilibrando em uma linha tênue entre o real e o imaginário enquanto tenta lidar com todos os sentimentos e também com toda a dor recente de perder pessoas tão próximas a ela. Gostei muito da personagem pela forma com que ela lida com tudo que vem se passando com ela, com a vontade que a Mara tem de descobrir a verdade seja ela qual for. 

A família da Mara é um ponto a parte, seja pelo irmão compreensivo e amigo que é Daniel, pelo irmão fofo, nerd e excêntrico que é Joseph, pela mãe protetora ou pelo pai amoroso. Aqui não existe um grande drama familiar, mas problemas e discussões do dia a dia e uma relação cumplicidade gostosa de acompanhar e bonita de se ver.

O livro tem como pano de fundo o high school e com ele alguns clichês do qual não da para fugir muito, mas o melhor deles é Noah. O romance é uma parte importante e de destaque do livro e, sinceramente, não poderia ter sido melhor. Noah é sensacional, além de ser impossivelmente lindo e o bad boy da escola, ele tem um senso de humor, um sarcasmo e uma ironia impagáveis. Além de, é claro, ser carinhoso e especial. Não tem como não ser apaixonar por ele. Só que ainda melhor é a forma como se desenvolve a relação dele com a Mara porque, tirando a atração física, a Mara não quer nada com ele e não se apaixonada á primeira vista. Na realidade eles brigam e implicam um com outro o tempo todo e essa relação gera diálogos incríveis graças a ironia e o sarcasmo que ambos tem de sobra, sendo esses diálogos as partes do livro que arrancam risadas. E com o tempo eles vão criando uma ligação forte e especial que dá forma a um romance delicioso de se acompanhar. 

O clima de suspense permeia todo o livro seja pelas visões da Mara, pelos fragmentos de suas lembranças daquele fatídico dia ou - e principalmente - por coisas ainda mais perturbadores que começam a acontecer. De verdade, acontecem coisas realmente bizarras no decorrer do livro que pegam o leitor desprevenido tanto que, em alguns momentos, me sentia no meio de um filme de terror ou de suspense. E essa antecipação pelo o que vai acontecer na próxima página prende o leitor fazendo ser difícil parar de ler. Um dos únicos problemas pra mim foi que eu fiquei extremamente confusa em alguns momentos, tudo fica claro no final, é verdade, mas ainda me incomodou a sensação de estar perdida que eu senti. 

A parte sobrenatural em si só ganha mais destaque bem no final do livro e apesar de ainda revelar muito pouco nesse primeiro volume eu gostei bastante do que vi. Achei a sacada entre a Mara e o Noah muito legal e estou ansiosa para saber mais sobre os poderes da Mara e para ver qual vai ser rumo da estória daqui para frente. 

A Desconstrução de Mara Dyer foi um livro que me deixou cheia de expectativas e cumpriu quase todas elas, me surpreendeu com o enredo singular e chamou minha atenção através dos personagens carismáticos. Ainda estou apaixonada pela capa desse livro, ainda mais agora que entendo a sua relação com a estória em si, e espero poder ler a continuação em breve. É muito bom poder encontrar livros que conseguem fazer até mesmo os clichês serem incríveis. 
As árvores, a calçada e as luzes piscando giraram ao meu redor conforme eu o sentia: o primeiro e inconfundível nó no delicado tecido da minha sanidade. Gargalhei. Estava louca a esse ponto.
— Hoje. Esta noite. Amanhã. Para sempre. — Os olhos dele encontraram os meus. O olhar de Noah era infinito. — Eu fui feito para você, Mara.
— Meu Deus, você é como a peste.                                                                                           — Uma parábola épica e magistralmente composta, absolutamente subestimada e de ressonância moral atemporal? — respondeu ele.                                                                       — Como a doença, Noah. Não o livro.

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2 comentários

  1. Oi Carol, adorei sua resenha! E depois dela, fiquei mais animado ainda para ler o livro. Já comprei ele em inglês pelo Book Depository, e não vejo a hora de ele chegar para que eu possa ler logo!!!

    Beijos
    Fernando Reads

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  2. Eu tbm li o livro sem saber exatamente do q se tratava, isso foi um dos pontos altos, eu não sabia o q esperar e isso foi bom. Acho q geral deveria ler assim...rs

    Andy_Mon Petit Poison

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