Resenha: Attachments por Rainbow Rowell

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Sinopse: "Oi, eu sou o cara que lê o seu e-mail, e também aquele que te ama..." Beth Fremont e Jennifer Scribner-Snyder sabem que alguém está monitorando os seus e-mails de trabalho. (Todo mundo na redação sabe. É política da empresa.) Mas elas não conseguem levar isso a sério. Elas continuam a enviar uma a outra e-mails intermináveis ​​e infinitamente hilariantes, discutindo todos os aspectos de suas vidas pessoais. Enquanto isso, Lincoln O'Neill não pode acreditar que este é o seu trabalho agora: ler os e-mails de outras pessoas. Quando ele se candidatou para ser "agente de segurança de internet", ele se imaginou a construindo firewalls e pegando hackers, não escrevendo um relatório cada vez que um repórter esportivo encaminha uma piada suja. Quando Lincoln encontra as mensagens de Beth e de Jennifer, ele sabe que deve denunciá-las. Mas ele não consegue deixar de ser entretido e cativado por suas histórias. No momento em que Lincoln percebe que está se apaixonando por Beth, é tarde demais para se apresentar. O que ele diria...?
Título: Attachments
Autor(a): Rainbw Rowell
Páginas: 336
Editora: Ainda não publicado no Brasil.
Avaliação: 4/5

Ler Fangirl no começo do ano me fez amar a Rainbow Rowell, o livro é tão incrível e tão apaixonante que eu não via a hora de mais coisas dela, qualquer coisa. Alguns meses depois li Eleanor & Park e outra vez foi uma experiência incrível, um livro que não superou o primeiro, mas que eu amei completamente. Sendo assim, não poderia deixar de ler Attachments que foi o primeiro livro publicado da autora e que, diferente dos anteriores, traz personagens adultos. Ele não é tão incrível quanto os anteriores, mas continua sendo um livro maravilhoso.


Lincoln não sabe que rumo dar a vida. Depois de passar anos na faculdade - muito mais do que precisava - ele acaba voltando para a casa da mãe e conseguindo um emprego como agente segurança de internet em um jornal. Mas o emprego dele é muito diferente do que o esperado, Lincoln tem que ler o e-mail de outras pessoas para procurar assuntos proibidos dentro da empresa. E é dessa forma que ele acaba conhecendo Beth Fremont e Jennifer Scribner-Snyder. Mesmo sabendo que estão sendo monitoradas, elas discutem todas as suas vidas pessoais através dos e-mails. 
Lincoln sabe que não deveria continuar lendo esses e-mails, que devia avisá-las que elas estão sendo rastreadas para que elas pudessem, então, parar. Mas ele não consegue, ficou muito interessado pela vida dessas duas mulheres e principalmente pela maneira divertida que encaram a vida. 
Sendo assim Lincoln continua lendo os e-mails e de repente se descobre apaixonado por Beth

O grande enfoque do livro é nos personagens, muito mais do que sobre o que acontece na vida deles a Rainbow Rowell quer mostrar o que acontece com eles, internamente. 
E a autora sabe construir personagens. Eles são extremamente vivos, reais, eles tem problemas comuns, pensamentos comuns, sentimentos comuns. E toda essa veracidade faz com que eles sejam muito vivos, é como se eles estivessem na sua frente de tanta vida que transborda das páginas. É impossível não se relacionar com os seus dilemas, seus sentimentos e seus pensamentos , porque são coisas que nós sentimentos e lidamos na vida real, o tempo todo. E isso reflete no relacionamento que eles constroem, poucas vezes li diálogos - ou troca de e-mails também, nessa caso - que parecesse tão real. A forma natural com que esses diálogos são construídos, as sacadas inteligentes e as passagens divertidas (sério mesmo, o livro tem um bom humor incrível, dei várias risadas durante a leitura), isso para mim, juntamente com a verdade dos personagens, são as maiores qualidades de Attachments

Eu gostei muito da maneira com que a estória foi construída, é quase como se tivéssemos três narrados: Lincoln que é o protagonista e narra a maior parte da estória e a Beth e a Jennifer que narram pequenas partes de suas vidas durante a troca de e-mails. Essa construção trouxesse uma dinâmica incrível para livro, fez com que nós pudêssemos conhecer cada um deles muito melhor e criar uma conexão. Além, é claro, de dar uma visão mais ampla de tudo que estava acontecendo.
Outra característica muito legal da narrativa da Rainbow Rowell são as referências a época em que o livro se passa - os anos de 1999 e 2000 -, principalmente as referências pop. A autora cita muitas músicas e muitos filmes, assim como muitas pessoas famosas, e é incrível como esses pequenos detalhes aproximam o leitor da realidade. Além de enriquecerem a estória, essas referências fazem os personagens se encaixarem ainda mais na realidade. 

E apesar de gostando de tudo isso, de todos esses motivos que pontuei anteriormente, eu não consegui deixar o sentimento de que faltava alguma coisa. Tanto Fangirl quanto Eleanor & Park foram tão intensos, ele me fizeram sentir tanta coisa, fizeram eu me apaixonar tão completamente por seus personagens e isso não aconteceu com Attachments. Não me entendam errado, como disse lá no começo, os personagens são incríveis, reais e o Lincoln, em especial, é extremamente fofo, mas não conseguiram despertar em mim tudo o que os personagens dos outros livros fizeram. 
O que faltou em Attachments foi essa paixão pelo livro como um todo, faltou esse sentimento intenso que os outros despertaram. Por ser o primeiro livro da autora isso faz muito sentido, ela ainda estava começando a aprender o que ela pode construir através da sua escrita. 

Mesmo não superando os livros anteriores, não tem como não amar Attachments, como não se relacionar com seus personagens, como não sentir a vida que transborda dos seus sentimentos e dos seus diálogos. Pode não ter sido algo tão arrebatador, mas é uma estória fofa, tocante e deliciosa de se ler. E, sinceramente, se você nunca leu Rainbow Rowell está perdendo o melhor que existe hoje no gênero contemporâneo, ela é espetacular.
Excruciante e maravilhoso. É incrível querer algo tanto assim. Pensei nele da mesma maneira que você pensa sobre o jantar quando está sem comer por um dia e meio. Como se venderia sua alma por isso.
  Estas coisas acabam  , ela disse.   Elas sempre acabam. Ninguém se casa com seu primeiro amor. O primeiro amor é exatamente isso. Primeiro. Isso deixa implícito que algo mais vai seguir. 
Há momentos em que você não acredita que alguma coisa maravilhosa está acontecendo. E há momentos em que a sua consciência está completamente preenchida com conhecimento absoluto de que algo maravilhoso está acontecendo.

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