Filme x Livro: Se Eu Ficar

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Se Eu Ficar foi a minha primeira leitura do ano, e o mais impactante para mim foi que eu comecei a leitura sem saber nada, nada mesmo, da estória. Sim, nem mesmo o principal evento que acontece logo no começo e que vocês podem descobrir lendo a resenha ou assistindo ao trailer. Eu não estava esperando por aquilo e, de repente, eu estava lá, em choque, completamente fisgada por aqueles personagens e chorando. Chorando muito. Foi só quando terminei o livro que descobri que ele estava sendo adaptado e na hora eu já sabia que se fosse bem feito, daria um filme maravilhoso. E depois de trailers lindos - que, sim, me fizeram chorar - entrei na sala de cinema esperando muita coisa e fico muito feliz de dizer que o filme está perfeito. Tão emocionante, apaixonante e lindo quanto o livro. 



O que mais me marcou quando li o livro foram os pais da Mia, assim como a relação deles com seus filhos. Diferente do que se vê na grande maioria dos jovens adultos, eles possuem uma estória própria, uma força própria e são os melhores pais da ficção que um dia tive a oportunidade de conhecer. Através da estória escrita pela Gayle Forman é impossível não se apaixonar por eles, não amar as suas excentricidades da vida de roqueiros que tiveram quando eram mais novos e depois não se emocionar completamente por tudo que fizeram pelos seus filhos. A ligação da Mia com os pais e com o irmão menor é muito, muito forte e sincera, e é por isso que esse livro é tão comovente na minha opinião. 
E eu gostei muito de como trouxeram isso para a tela. Não há dúvidas de que o romance é o grande foco, mas a relação com os pais e com o irmão está ali, todas as principais características são mostradas e as principais cenas também. Eu senti que um pouco da força se perdeu, mas eu entendo como é difícil transpor essa parte em especial do papel para as telas. E o mais importante é que o telespectador consegue sentir uma boa parte do amor, da dedicação, da excentricidade e da felicidade que liga essa família. Quem assisti também sente como os pais da Mia são especiais e como seus filhos herdaram isso deles. 

Como disse acima, o romance é o grande norte do filme. E por mais que eu sinta que tenha ganhado mais destaque do que no livro eu não acho isso errado, por dois motivos especiais. Primeiro porque por mais que a relação da Mia com a família, com o violão celo e com a melhor amiga sejam importantes, é o Adam a grande novidade na sua vida. E a segunda e maior razão é a importância que o Adam tem para a estória como um todo, uma conexão que fica muita clara no final. Então foi sim um pouco demais, mas eu não achei que isso tenha sido algo negativo. 


Porque, além de tudo, é tudo muito bonito, muito real. O sentimento deles é lindo e eles não são perfeitos, comentem erros e possuem suas dúvidas, mas sem nunca perder a força do sentimento que os une. 

Gostei muito de algumas escolhas feitas, como a de manter a narrativa da maneira como acontece, sendo ela no presente e mostrando flashbacks do passado, Amei muito que mostraram vários shows do Adam, são exatamente como eu imaginava e as músicas são ótimas (vale a pena ouvir inteiras depois). E, principalmente, gostei muito de como eles seguem o livro de forma fiel e respeitosa. Eu não lembro mais o livro página por página porque já li há algum tempo, mas pude reconhecer todas as cenas, muitos dos diálogos e, principalmente, sentir a essência do livro. 

Não acho que poderiam ter acertado mais no elenco também. Eu gosto muito da Cloë Moretz e depois de ver o filme não poderia ter ficado mais feliz com a escolha. Ela entendeu a Mia e soube passar todos os seus sentimentos para quem estava assistindo. Seja em relação ao Adam, seja enquanto estava tocando ou, principalmente, durante tudo que acontece com ela depois do começo do filme.
Nunca tinha visto o Jamie Blackley atuando antes e ele não poderia ter feito um Adam melhor. Depois de ver ele em cima do palco eu tive certeza de que ele era o Adam, sem tirar nem pôr. O que só ficou melhor nos momentos mais emocionantes onde ele se entregou completamente. 


Se Eu Ficar é tão marcante quanto a sua obra original. Me fez rir, me fez me apaixonar pelos personagens e me fez chorar, nossa como me fez chorar. É uma estória triste, difícil, porém de uma beleza complicada de se explicar. Mas não poderia terminar sem dizer que por mais incrível que o filme seja, ele não consegue ser tão intenso quanto o livro, tão forte. Por isso, peço que leiam o livro também, antes ou depois de assistirem, tanto faz. Realmente, realmente vale a pena. 

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