Resenha: Para Onde Ela Foi por Gayle Forman

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Sinopse: A esperada continuação de Se Eu Ficar. “Meu primeiro impulso não é agarrá-la nem beijá-la. Eu só quero tocar sua bochecha, ainda corada pela apresentação desta noite. Eu quero atravessar o espaço que nos separa, medido em passos – não em milhas, não em continentes, não em anos –, e acariciar seu rosto com um dedo calejado. Mas eu não posso tocá-la. Esse é um privilégio que me foi tirado.” Com a mesma força dramática de Se Eu Ficar, agora pela voz de Adam, Para Onde Ela Foi expõe o desalento da perda, a promessa da esperança e a chama do amor que renasce. 
Título: Para Onde Ela Foi - Se Eu Ficar #2
Autor(a): Gayle Forman
Páginas: 240
Editora: Novo Conceito
Avaliação: 3,5 


Se Eu Ficar foi uma enorme surpresa para mim. Para começar eu iniciei a leitura sem saber nada da estória e logo nas dez primeiras páginas levei um baque gigantesco e, principalmente, me surpreendi muito com a carga emocional, a beleza e a força da estória contada pela Gayle Forman. Logo ele se tornou um livro muito especial, um novo favorito. E, mesmo que o primeiro livro tenha um fechamento que, apesar de aberto, concluí todos os pontos levantados, não dá para negar que ficaria feliz com qualquer novo vislumbre desses personagens. Então finalmente tive a chance de ler Para Onde Ela Foi, a continuação contada pelos olhos de Adam, e que apesar de ter seus defeitos cumpriu seu papel em me tocar e emocionar novamente.



A única coisa que Adam queria era que Mia acordasse após o acidente que matou os pais e irmão dela, e, por algum tipo de milagre, isso aconteceu. Mas esse foi apenas o começo do caminho tortuoso que a garota teria dali para frente. Adam ficou ao seu lado durante as diversas cirurgias, a recuperação e o luto. Apesar de sua namorada não ser mais a mesma Mia de antes, estava tudo bem até o dia em que ela partiu para Julliard e nunca mais voltou. Agora, três anos depois, Adam virou um astro do rock, famoso pelo mundo todo e porém com uma vida miserável. O abandono de Mia o destruiu e a partir daí ele nunca foi o mesmo, hoje é alguém solitário, que tem problemas para controlar a própria raiva e que odeia a situação em que está.
Depois de um dia horrível ele sai pelas ruas de Nova Iorque até que acaba parando na frente do local onde Mia estava tocando naquela noite, que agora é uma violoncelista reconhecida no mundo inteiro como um verdadeiro prodígio. E ele não consegue evitar entrar.

A característica mais marcante do livro é a carga emocional pesada presente em suas páginas, que é de certa maneira bem diferente da que vemos no primeiro. Dizer que a Mia destruiu o Adam ao desaparecer é praticamente um eufemismo perto do que testemunhamos durante a leitura. Ele se torna alguém completamente diferente daquela Adam apaixonado que conhecemos em Se Eu Ficar, agora ele é uma pessoa amargurada, depressiva e extremamente solitária. O único problema nisso é que em boa parte da leitura tudo pareceu meio forçado para mim, ainda mais que tamanho impacto venha do fim de um relacionamento. Sim, eu sei que o eles tinham era incrível e forte e, sim, eu como boba romântica que sou sei, também, que o amor pode acabar com alguém, mas eu não consegui sentir o que a autora quis passar para o leitor. Em muitos momentos foi tudo um pouco demais na minha opinião.

Mas isso não quer dizer que eu desgoste do Adam como narrador, pelo contrário, acho que esse diferencial foi essencial para o seguimento da estória. Apesar do exagero, a estória do personagem é triste e fascinante, ver todo o amor que ele sentia, todo o tormento que o término gerou e depois tudo que ele fez ao se tornar, de repente, uma celebridade. A Gayle Forman conseguiu fazer dele um clássico roqueiro atormentado, que odeia a vida e a fama, mas continua seguindo o mesmo caminho mesmo assim.

Só que nem os pequenos defeitos evitaram que eu me emocionasse com o livro. As lágrimas vieram principalmente quando os pais da Mias e o Teddy eram citados - por que, de verdade, não consigo lidar com isso -, mas, com o passar das páginas, eu fui me conectando com o sofrimento do Adam e até mesmo com seus exageros. Como resultado eu terminei as últimas páginas em lágrimas, o que sinceramente eu já estava esperando ao se levar em consideração a minha experiência durante Se Eu Ficar. Sendo assim o livro conseguiu cumprir a minha maior expectativa: me emocionar.

Não vou negar que esperava algo tão arrebatador quanto o primeiro livro, mas mesmo que eu tenha me decepcionado um pouco isso não significa que o livro não valha a pena. Em Se Eu Ficar a autora criou uma estória com um tipo único de beleza e Para Onde Ela Foi continua no mesmo caminho ao trazer algo tão bonito quanto.
Ela partiu para Juilliard no dia seguinte ao Dia do Trabalho. Eu a levei até o aeroporto. Ela me beijou ao se despedir e me disse que me amava mais do que a vida em si. Então partiu. Mia nunca mais voltou.
"No tambor da pistola, disparo um, dois, três/ Ela disse para eu escolher: ou eu ou você/ Metal na testa, explosão me ensurdece/ Lambendo o sangue que me cobre/ Ela permanece"
Mas eu faria de novo. Faria aquela promessa milhares de vezes e a perderia milhares de vezes para tê-la ouvido tocar a noite passada ou vê-la esta manhã à luz do sol. Ou mesmo sem isso. Só para saber que ela estava em algum lugar aí fora. Viva.

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