Resenha: A Herdeira por Kiera Cass

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Sinopse: No quarto volume da série que já vendeu mais de 500 mil exemplares no Brasil, descubra o que vem depois do “felizes para sempre”. Vinte anos atrás, America Singer participou da Seleção e conquistou o coração do príncipe Maxon. Agora chegou a vez da princesa Eadlyn, filha do casal. Prestes a conhecer os trinta e cinco pretendentes que irão disputar sua mão numa nova Seleção, ela não tem esperanças de viver um conto de fadas como o de seus pais… Mas assim que a competição começa, ela percebe que encontrar seu príncipe encantado talvez não seja tão impossível quanto parecia.
Título: A Herdeira (A Seleção #4)
Autor(a): Kiera Cass
Páginas: 361
Editora: Seguinte
Avaliação: 5/5





A minha relação com A Seleção, pelo menos com três livros anteriores, são de amor e ódio. Apesar da estória me entreter eu não suporto a America e ela conseguiu me irritar mais do que qualquer outra protagonista dos mais de outros trezentos livros que já li. Confesso que fiquei com um pé atrás quando o quarto livro foi anunciado e comecei a leitura sem muita expectativa e bem receosa. Mas esse livro conseguiu ser absolutamente tudo o que os outros não foram!


Eadlyn é a primogênita dos seus pais, America e Maxon, e não são poucas as vezes em que sente raiva do seu irmão gêmeo por ter nascido apenas sete minutos depois. Seus pais mudaram leis para que ela pudesse assumir seu cargo de rainha um dia e a treinaram desde de pequena para isso, o que fez dele uma mulher forte, consciente do seu poder e que anseia e teme ao mesmo tempo o dia em que vai efetivamente assumir a posição do seu pai.
Porém sua vida muda completamente quando uma parte da população começa manifestar a sua insatisfação com a vida após a extinção do sistema de castas feito por seus pais e fim de ganharem tempo para encontrar uma solução seus pais acreditam que a única forma de ganharem tempo é darem um outro assunto para a população discutir: eles querem que Eadlyn faça uma Selação para encontrar um marido. Uma seleção é tudo o que a princesa menos quer na sua vida, ela não suporta a ideia de que precisa de um homem do seu lado e não acredita no amor, além de odiar o fato de como ele enfraquece as pessoas. Sem muita saída Eadlyn aceita a Seleção, mas isso não quer dizer que ela vai se deixar ser vencida assim tão fácil.

Como eu já disse - e vocês já estou cansados de saber - eu tinha um problema muito grande com a America, com a sua indecisão infinita e a sua insistência em cometer o mesmo erro várias vezes seguidas e nunca aprender nada com eles. E acho que um ponto crucial desse quarto livro para foi que eu gostei da Eadlyn. Ela é uma pessoa perfeita? Não, ela não poderia estar mais distante da perfeição. Ela é bastante mimada, tem um ego gigantesco e sempre faz tudo sem medir muito bem as consequências ou procurar uma segunda opinião. Mas ela é um protagonista muito mais interessante que a sua mãe jamais foi, ela te uma personalidade muito mais forte, determinada, irônica, divertida e, acima de qualquer coisa, aprende com os seus erros. Ela pode ter seus defeitos, errar várias vezes, mas tem as melhores das intenções, sabe muito bem quais são suas obrigações e está sempre crescendo e amadurecendo. 

Existem, no entanto, dois pontos principais em A Herdeira que, para mim, fizeram desse o melhor livro da série. O primeiro é de que, finalmente, temos um destaque para a parte política da estória. Mesmo que sejam classificados como distopias, os livros anteriores colocaram essa parte do enredo em segundo ou até mesmo terceiro plano. Mas aqui a distopia é um ponto muito mais forte e mais importante dentro da estória. Quase tudo o que acontece no livro é em decorrência da insatisfação do povo e das tentativas da família real de reverter a situação. E, além disso, eu gostei muito de como a autora mostrou que resolver o problema não quer dizer que não vai existir outros problemas novos e diferentes. Eu senti muita falta disso nos outros livros e fiquei mais do satisfeita de como isso evoluiu e cresceu nesse quarto livro, não vejo a hora do que vem pela frente e espero que a autora não ignore essa parte da estória novamente. 
O segundo ponto é nesse livro nós temos a visão da Selecionadora e não dos Selecionados e preciso dizer que isso é muito melhor e mil vezes mais interessante. Toda a dinâmica de acompanhar a Seleção por esse ponto de vista é muito mais divertido e intrigante, além de que traz um questão que nunca existiu na trilogia "original". Desde o começo de A Seleção nós sabíamos que a America iria ficar com o Aspen ou o Maxon, mas em A Herdeira nós temos 32 duas opções e ficamos tão perdidos quanto a Eadlyn sobre o que vai acontecer! É claro que esse número reduz bastante, mas posso dizer que o livro terminou e ainda não faço ideia de como isso vai acabar. Eu jurava que tinha um preferido, mas agora não tenho mais tanta certeza assim. Resumindo, simplesmente estou amando acompanhar a estória por esse ponto de vista.

Além de tudo isso a narrativa da Kiera Cass melhorou consideravelmente. Em outras resenhas da série reclamei de alguns problemas da sua escrita que não chegam a ser insuportáveis, mas eram incômodos. Mas em A Herdeira nada disso foi perceptível, a narrativa fluiu super bem com a autora sabendo muito bem entreter, envolver e proporcionar diversas emoções diferentes. E preciso dizer que uma das melhores coisas do livro é relação da Aedlyn com seu irmão gêmeo, assim como toda a relação da família real. Gostei muito de como a autora conseguiu mostrar a força do amor entre eles de forma natural e emocionante. 

Eu comecei A Herdeira sem muitas expectativas, pronta para um experiência de ódio igual a que tive com os outros três livros anteriores, mas acabei encontrando algo infinitamente melhor e diferente. A Kiera Cass conseguiu atingir o seu melhor aqui, me proporcionar uma das melhores leituras do ano e me fazer contar os dias para o próximo. Só torço muito para que ela continue assim e se for para mudar que seja para melhor.
A Seleção estava me tornando uma mula! Por isso o amor era uma ideia terrível: ele enfraquecia as pessoas. E não havia nenhuma pessoa no mundo tão poderosa quanto eu.

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