Resenha: A Lista por Cecelia Ahern

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Sinopse: Kitty Logan tem 32 anos e aos poucos está perdendo tudo o que conquistou: sua carreira está arruinada; seu namorado a deixou sem um motivo aparente; seu melhor amigo está decepcionado com ela; e o principal: sua confidente e mentora está gravemente doente.Antes de morrer, Constance deixa um mistério nas mãos de Kitty que pode ser a chave para sua mudança de vida: uma relação de nomes de pessoas desconhecidas. É com base neles que Kitty deverá escrever a melhor matéria de sua carreira.Quando começa a ouvir o que aquelas pessoas têm a dizer, Kitty aos poucos descobre as conexões entre suas histórias de vida e compreende por que foi escolhida para dar voz a elas.
Título: A Lista
Autora(a): Cecelia Ahern
Páginas: 284
Editora: Novo Conceito
Avaliação: 3,5/5

Vocês sabem que eu amo um bom drama e a quando li a sinopse de A Lista fiquei mais que interessada pelo livro. E, apesar das minhas duas experiências anteriores com a autora não terem sido memoráveis, eu sei muito bem como ela é capaz de criar ótimas estórias. É uma pena que, mesmo sendo um bom livro, A Lista não tenha alcançado todas as minhas expectativas. 



Kitty está vendo sua vida aos poucos chegar ao fim do poço. Ela fez um erro imperdoável e agora ela a a sua emissora estão sendo processados, sua casa vive sendo vandalizada, seu melhor amigo está desapontado com ela, seu namorado saiu de casa e a sua velha amiga e mentora, Constance, está lutando contra o câncer.
Quando Constance morre, a sua revista, onde Kitty milagrosamente ainda possui um emprego, resolve homenageá-la e fica para Kitty a missão de escrever uma das última matérias idealizada por ela. Mas para isso a Kitty só possui uma lista de cem nome, sem nenhum resumo, introdução ou anotações. Nada. A única solução encontrada por ela é ouvir a estória de cada uma dessas pessoas e tentar encontrar uma ligação entre elas. 

Acho que uma das coisas mais importantes para se falar desse livro é: não espere uma narrativa ágil. Apesar de ser um livro rápido de se ler - terminei tranquilamente em um dia -, A Lista se foca muito mais nos seus personagens, em contar suas histórias de forma gradual e explorar seus sentimentos. Isso para mim está longe de ser um defeito, pelo contrário, todos nós temos aquele momento em que queremos uma leitura mais tranquila, mas sentimental e que conversa muito bem com a realidade das nossas vidas. A Lista é perfeito para esses momentos! 

E são essas características que fazem com que os personagens sejam tão importantes para o bom desenvolvimento da estória e posso dizer que, na sua grande maioria, eles não decepcionam. Cada um dos personagens principais são diferentes, marcantes e com estórias de vida inspiradoras por motivos completamente únicos. Conhecer um pouco mais sobre as pessoas da lista foi o que me manteve tão envolvida na leitura. 
Mas, mais especificamente falando, a Kitty é uma protagonista um tanto quanto peculiar. A sua vida está no fundo do poço, mas, diferentemente do que estamos acostumado, ela bem que mereceu uma boa parte do que está acontecendo com ela. A Kitty não aquele tipo de personagem que ganha a sua simpatia de imediato ou tem um carisma marcante. Ela é uma personagem que se aproxima muito de uma pessoa real, que tem defeitos, comete erros e besteiras, tem seus dramas e suas dores, mas também tem as suas qualidades e seus motivos para continuar tentando. Mesmo não te conquistando de primeira - e, sinceramente, nem de segunda - depois de um tempo você se vê compreendendo a personagem e torcendo por ela. 

Apesar da narrativa da Cecelia Ahern ser capaz de construir uma ótima e sentimental estória, ela também foi um dos motivos que me fizeram desgostar um pouco do livro. Uma característica da escrita da autora, presente nesse livro, me incomodou bastante: ela se enrola muito em temas desinteressantes e não necessários para o desenvolvimento do enredo. Como quando ela descreve diálogos gigantes sobre como fazer jornalismo ou quando vai contar alguma estória e passa páginas sem um único diálogo sendo que isso poderia ser feito de forma muito mais concisa. Isso fez que a leitura ficasse muito mais pesada, lenta e em algumas partes desinteressantes. Como todos as pessoas dizem: menos é mais. 
Outro ponto válido de se comentar é que gostei da narrativa em terceira pessoa, mas em algumas passagens o ponto de vista ficou meio confuso e o conteúdo, novamente, desnecessário. 

Mas o meu principal problema foi que a "caça" por esses nomes é bem menos interessante e muito mais lenta do que que a sinopse transmite. A mensagem do livro, e a ideia por trás da lista, é lindíssima e mais do que válida de ser abordada, mas até o momento em descobrimos isso a busca da Kitty por esses nomes parece perdida demais para mim, como se faltasse alguma coisa vital para ela fazer sentido. Entendo porque foi feito dessa forma e até mudei um pouco de opinião no fim depois de ter descoberto a ligação entre os nomes, mas isso não muda o fato de que, durante a leitura, existe essa sensação incômoda de que falta alguma coisa e que a estória não é tudo aquilo que a sinopse prometeu. 

Apesar de possuir os seus defeitos, eu ainda gostei muito da estória criada pela Cecelia Ahern, A Lista foi uma leitura marcante, leve e emocional que, no fim, acabou me envolvendo completamente nos dramas dos seus personagens. Se você está procurando um livro que traz o melhor e o pior da vida real com certeza vai adorar esse livro.
Talvez pensemos que somos pessoas comuns, que nossa vida é entediante porque não estamos fazendo nada de extraordinário nem estampando capas de jornais, tampouco suas manchetes, nem ganhando prêmios memoráveis. Mas a verdade é que todos nós fazemos coisas fascinantes, admiráveis e das quais deveríamos sentir orgulho. 

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