Resenha: Dama da Meia-Noite por Cassandra Clare

19:45


Eu, sinceramente, não sei mais introduzir minhas resenhas da Cassandra Clare. Já repeti tantas e tantas vezes o quanto eu sou apaixonada por seus livros, seu mundo e seus personagens que parece redundante demais comentar tudo isso de novo. Então vou apenas situar o que me levou a ler Dama da Meia-Noite. Confesso que não estava lá muito animada para o livro (podem me julgar, eu deixo), estou em fase de contemporâneos e evitando leituras mais pesadas e complexas. Mas aí li os Contos da Academia dos Caçadores de Sombras e a minha animação pelo mundo dos caçadores de sombras voltou com tudo. Mas ainda assim comecei o livro sem muitas expectativas do que encontrar e meu deus, como eu me arrependo de não ter lido esse livro no dia em que saiu! Esse é, sem dúvidas, um dos melhores livros da autora. 

Sinopse: Em um mundo secreto onde guerreiros meio-anjo juraram lutar contra demônios, parabatai é uma palavra sagrada. O parabatai é o seu parceiro na batalha. O parabatai é seu melhor amigo. Parabatai pode ser tudo para o outro mas eles nunca podem se apaixonar. Emma Carstairs é uma Caçadora de Sombras, uma em uma longa linhagem de Caçadores de Sombras encarregados de protegerem o mundo de demônios. Com seu parabatai Julian Blackthorn, ela patrulha as ruas de uma Los Angeles escondida onde os vampiros fazem festa na Sunset Strip e fadas estão à beira de uma guerra aberta com os Caçadores de Sombras. Quando corpos de seres humanos e fadas começam a aparecer mortos da mesma forma que os pais de Emma foram assassinados anos atrás, uma aliança é formada. Esta é a chance de Emma de vingança e a possibilidade de Julian ter de volta seu meio-irmão fada, Mark, que foi sequestrado há cinco anos. Tudo que Emma, Mark e Julian tem a fazer é resolver os assassinatos dentro de duas semanas antes que o assassino coloque eles na mira. 
Título: Dama da Meia-Noite (Os Artifícios das Trevas #1)
Autor(a): Cassandra Clare
Páginas: 560
Editora: Galera
Avaliação: 5/5
A Cassandra Clare já deixou bem claro que não se importa em fazer seus personagens sofrerem, mesmo que no fim acabe dando tudo certo. Mas eu esperava - não faço ideia do porquê - que o clima de Os Artifícios das Trevas seria um tanto quanto mais leve do que estamos acostumado, mas qual não foi a minha surpresa a passar de novo por um tipo de tortura emocional que só experimentei parecida antes durante a leitura de As Peças Infernais.
Acho que esse é o livro mais cheio de sofrimento que a autora já escreveu, todos os personagens já perderam muito e sofreram muito, de maneiras cruéis e injustas. Sofri pelo tio Arthur por tudo que ele sofreu quando era mais jovem e o quanto isso afetou seu estado mental. Sofri pelo Mark, por tudo que ele perdeu, por tudo que ele esqueceu, por tudo que ele sofreu e por sua luta por encontrar o lugar a qual pertence. Sofri por todas as crianças Blackthorn por terem perdido os pais e os irmãos mais velhos tão cedo e contarem apenas um com o outro para sobreviver. Sofri pela Emma por perder os pais de maneira tão misteriosa quanto ainda era tão jovem e ainda continuar buscando, todos os dias, uma resposta. Mas sofri, principalmente, pelo Julian que aos 12 anos não teve tempo de lidar com o luto por aqueles que amava porque teve que se tornar pai de quatro crianças e líder de um instituto, vivendo uma vida de sacrifícios e mentiras para o bem daqueles que ele ama. A Cassandra escreveu um livro que a cada página esmaga um pouco mais seu coração e mostra a força de seus personagens por sobreviverem por tudo isso de cabeça erguida.

Sem a menor dúvida a Emma é um dos maiores destaques desse primeiro livro. Pela primeira vez nós temos uma protagonista que não está descobrindo um mundo novo, mas sim que está imersa nele desde de sempre. E, acima de tudo, que ama ser o que é. Além disso, a Emma tem uma personalidade incrível. Ela treina e treina para ser excepcional e de fato se tornou uma caçadora de sombras espetacular, que não precisa de ajuda de ninguém para se defender. Ela é determinada, independente e não tem apreço nenhum pelas regras, faz qualquer coisa para vingar seus pais e, principalmente, para defender aqueles que ama. Sério, não tem como não amar a Emma. Ela é sem dúvidas a melhor protagonista dos livros da Cassandra Clare.
Confesso que me surpreendi muito com o Julian também. Diferentemente do Will e do Jace, por ter sido obrigado pelas circunstâncias a se tornar um adulto tão cedo ele é alguém responsável e dedicado, que tem um coração maior do que o mundo. É impossível não se comover por todo o amor que ele sente pelos seus irmãos e pela Emma. Ele os ama de maneira incondicional e faz tudo, absolutamente tudo, para manter todos bem e unidos. É lindo, simples assim.
Falando sobre isso, eu me apaixonei pela família Blackthorn, É emocionante ir descobrindo como é o relacionamento deles, como eles se amam de forma tão aberta e como funcionam tão bem juntos, como uma família. Cada um tem o seu lugar ali e todos são aceitos como são, mesmos os seus defeitos e suas excentricidades. A vontade que dá é de se tornar parte dessa família e compartilhar um pouco desse amor.
Antes de partir para outro tópico, preciso comentar sobre o Mark. Confesso que não sei bem o que sentir sobre ele. Adoro a história do personagem e de maneira nenhuma desgosto do personagem, mas ainda sim não consigo gostar dele completamente. Realmente não consegui me decidir sobre e acho que vou ter que esperar os próximos livros para ver o que acontece.

Não é novidade nenhuma que a Cassandra Clare consegue manipular com ninguém o seu mundo e de novo ela deu mais um show de enredo aqui. É incrível como ela consegue fazer conexões, surpreender, enganar o leitor e desvendar possibilidades que nunca imaginamos. E isso não é diferente aqui. Mas ao mesmo tempo que ela mostra a maestria de sempre, a autora trouxe vários elementos novos para o enredo de Dama da Meia-Noite. Desde a ambientação até o clima do livro.
Gostei muito de ver os caçadores de sombras em Los Angeles, por que é um ambiente muito diferente de todos que ela já tinha utilizado e ela conseguiu incorporar isso muito bem na história. Também achei muito legal que ela finalmente incorporou um pouco mais de tecnologia no livro e de referências da cultura atual (o que antes era feito só pelo Simon, que era um mundano, o que é bem diferente). Quanto ao clima do livro, gostei que ela deu um ar muito mais investigativo, estilo policial, para o mistério do livro. Adorei como os personagens iam de pista em pista atrás da resolução dos assassinatos, algo que é novo para a autora também.
Não posso deixar de expressar também a minha felicidade por ver de novo vários dos nossos personagens favoritos de TMI e As Peças Infernais. Além de ver o personagem de todas as séries até agora interagindo, o que é incrível, também nos dá a oportunidade de saber um pouco sobre como anda a vida daqueles que nós acompanhamos e aprendemos a amar.

Porém, antes de terminar essa resenha, eu preciso falar sobre Emma e Julian. Todos os fãs já sabiam e estavam ansiosos para ver o romance entre dois parabatais, o que é expressamente proibido apesar de até aqui não sabermos o porquê. E eu estava esperando algo grandioso, mas não estava preparada para isso.
Nós nunca vimos antes nos livros da Cassandra Clare dois personagens que já se conheciam a tanto tempo se apaixonarem e acreditem em mim, isso faz diferença. Foi lindo ver em lembranças a histórias dos dois juntos, como eles se amam nas pequenas coisas e como cada um momento juntos levaram eles até aquele ponto. Mesmo não percebendo ou não admitindo, eles se amavam a muito, muito tempo e toda essa carga de sentimos transbordava das páginas em suas cenas juntos. Tem uma linha em específico do livro onde o Julian comenta que sabe quantos pontos dourados existem em cada íris da Emma e o fato dele a amar ao ponto de observar esse pequeno detalhe e gostar tanto dele simplesmente quebrou meu coração.
Os sentimentos dos dois era tão forte, assim como a tensão das cenas deles juntos (que são absolutamente incríveis por sinal), que eu senti tudo fisicamente e chorei mais de uma vez, sem nenhum motivo específico, mas simplesmente porque era tudo demais para aguentar.
Mas, é claro, que existe o fato de serem parabatais. Sinceramente eu não sei dizer se a ligação deles é tão forte pela amizade, pela ligação parabatai ou pelo amor, só sei que vai ser muito difícil ver o sofrimentos desses dois personagens daqui para frente. E, sim, essa é a minha parte preferida do livro.

Desde Princesa Mecânica acreditei que ele seria o meu livro favorito e minha estória favorita da autora e fim. Mas depois de Dama da Meia-Noite não tenho mais certeza de que os próximos livros de Os Artifícios das Trevas irão fazer com o meu coração. E quem me conhece sabe que confessar isso não é nada, NADA fácil.
A verdade é que a Cassandra Clare é mestra em criar personagens complexos e relacionamentos e sentimentos tão reais que são capazes de destruir o coração de que lê suas histórias, e nesse primeiro livro ela já mostrou que está melhor do que nunca. Não vejo a hora de ser surpreendida de novo pelo próximo livro e reencontrar esses personagens que já passei a amar. E que Raziel nos ajude a sobreviver aos próximos livros.

Quando Emma estava com ele, era como se ele respirasse o dobro de oxigênio, tivesse duas vezes mais sangue, tivesse dois corações para conduzir o próprio corpo. Ele atribuiu isso à magia parabatai: ela fazia com que ele fosse duas vezes mais o que seria sem ela.  

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