Resenha: Legend por Marie Lu

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Sinopse: A Verdade Se Tornará Lenda - Ambientado na cidade de Los Angeles em 2130 D.C., na atual República da América, conta a história de um rapaz – o criminoso mais procurado do país – e de uma jovem – a pupila mais promissora da República –, cujos caminhos se cruzam quando o irmão desta é assassinado e a ela cabe a tarefa de capturar o responsável pelo crime. No entanto, a verdade que os dois desvendarão se tornará uma lenda. 
Título: Legend - Legend #1
Autor(a): Marie Lu
Páginas: 256
Editora: Prumo
Avaliação: 3,5/5 

Foi incrível como nos últimos meses todo mundo começou a enlouquecer por causa dessa série. Eu já conhecia os livros, mas nunca tinha me interessado realmente por eles até que ficou impossível ignorar todos os elogios que passei a ouvir. Então eu li Legend e, apesar de ser uma distopia de qualidade, não achei tão espetacular como a maioria.


No mundo futurístico criado pela Marie Lu, os Estados Unidos foram divididos em dois, de um lado a República e do outro as Colônias. Na República todas as crianças se submetem a uma prova para verem se são bons o bastante para entrarem no treinamento militar voltado para a guerra contra as Colônias, aqueles que não passam no teste são ou deixados a margem da sociedade ou enviados para campos de trabalho forçado. 
June é a única que conseguiu nota máxima nos testes, filha de dois militares falecidos e irmã de um militar de sucesso, ela é considerada um prodígio e uma grande esperança para a República. E é ainda com 15 anos, depois de um acontecimento trágico, que ela é designada para se infiltrar nas áreas mais pobres áreas da cidade para achar o criminoso mais procurado da República: Day
Day viu sua vida ser arruinada quando reprovou nos testes. Ele conseguiu fugir dos militares, porém a vida nas ruas não é nada fácil, ainda mais quando ele está determinado a fazer a República pagar por tudo que fez a ele. Day nunca matou ninguém, mas fora isso não mede esforços para estragar os planos dos militares e para, principalmente, cuidar da sua família que ficou para trás, ainda mais quando eles moram em lugar afetado pela praga. É em um momento de desespero para cuidar da sua família que Day acaba fazendo seu caminho cruzar com o June e fazendo com que o grande prodígio da República comece a caça-lo. 

Quando eu leio distopias o que eu mais coloco na balança é sempre a realidade alternativa criada pelo autor, a política dessa época e suas caraterística. A Marie Lu criou uma sociedade muito interessante, não só por sua origem misteriosa - ninguém sabe porque os EUA se dividiram, na verdade ninguém na estória nem imagina que a República e a as Colônias um dia já foram uma coisa só -, mas também por causa da sua sociedade extremamente regrada, militarizada e controlada pelo medo, seja medo dos superiores ou medo das pragas que sempre atacam a população. 
É interessantíssimo descobrir mais sobre todos os detalhes da República e também dessa guerra ainda muito pouco explicada que o país trava contra as Colônias. A autora tem um material muito bom nas mãos e que, se bem trabalhado, pode render demais. 

A escrita da Marie Lu é extremamente ágil e movida a diversas cenas de ação. Achei muito interessante que a autora tenha apostado na ação como o ponto principal da sua estória, não só dando uma dinâmica deliciosa para o livro como também fazendo disso uma ótima oportunidade para explorar muito da sua sociedade. Além das muitas cenas de ação, nós temos a todo momento novos mistérios sendo descobertos, várias mortes e um clima de tensão que combina demais com a estória do livro. Eu li Legend em poucas horas tanto por causa do enredo ágil como também por causa das revelações intrigantes.
A autora deixou o romance em segundo - ou até mesmo terceiro - plano, o que funcionou super bem, mas, mesmo assim, conseguiu imprimir as emoções de forma certeira quando foi necessário. 

Nós temos dois protagonistas muito bons que intercalam seu ponto de vista dos acontecimentos.
A June não é uma personagem feminina clichê, ela é forte, durona e apesar de ser muito ligada a seu irmão, consegue colocar os sentimentos de lado quando se é necessário. No começo nós temos uma June que treina para ser uma militar e, como tal, acredita fielmente no país que serve e é muito, mas muito interessante mesmo ver o crescimento da personagem e acompanhar a sua descoberta de que nem tudo em que ela acreditava era verdade. 
O Day é aquele tipo de personagem que te conquista logo nos primeiros minutos. Não tem como não admirá-lo por sua persistência, como ficar triste vendo por tudo o que ele teve que passar e, principalmente, não tem como não se sentir tocada pelo amor que ele tem por sua família. O Day é um personagem extremamente inteligente e que não mede esforços para fazer o que acha certo, defender o que acredita e encarar tudo de cabeça erguida. 

Como eu já disse, Legend é um bom livro e apresenta um mundo distópico de qualidade, uma leitura rápida, intrigante e movida a muitas cenas de ação. Meu único porém é de que eu esperava mais depois de ouvir tantas coisas maravilhosas sobre ele. Não me sinto necessariamente desapontada, mas é que não vi nada de tão inovador na estória de Marie Lu. Mas mesmo assim acredito que todo mundo que gosta de distopia deveria dar uma chance para ele e estou ansiosa para ler o segundo volume. 
Percebo sua inteligência em todas as perguntas que ela me faz e em todas as suas observações. Contudo, ao mesmo tempo, há uma inocência que a torna completamente diferente da maioria das pessoas que conheci. Ela não é cínica nem cética. As ruas não a debilitaram, pelo contrário, a deixaram fortalecida. Como a mim.
Ele confia em mim. Ele confia em mim de verdade, insensatamente, de todo o coração. Na verdade, não sei se alguém antes dele acreditou no que eu disse tão prontamente.
— Porque cada dia significa novas 24 horas. Cada dia significa que tudo é possível de novo. Você pode aproveitar cada instante, pode morrer num instante, e tudo se resume em um dia após o outro. —  ele olha para a porta aberta do vagão da ferrovia, onde faixas escuras de água cobrem o mundo. — E aí você tenta caminhar sob a luz.

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