Resenha: Eu Te Darei O Sol por Jandy Nelson

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Sinopse: Noah e Jude competem pela afeição dos pais, pela atenção do garoto que acabou de se mudar para o bairro e por uma vaga na melhor escola de arte da Califórnia. Mal-entendidos, ciúmes e uma perda trágica os separaram definitivamente. Trilhando caminhos distintos e vivendo no mesmo espaço, ambos lutam contra dilemas que não têm coragem de revelar a ninguém. Contado em perspectivas e tempos diferentes, EU TE DAREI O SOL é o livro mais desconcertante de Jandy Nelson. As pessoas mais próximas de nós são as que mais têm o poder de nos machucar.
Título: Eu Te Darei O Sol
Autor(a): Jandy Nelson
Páginas: 384
Editora: Novo Conceito
Avaliação: 5/5 

Eu Te Darei O Sol
é um daqueles livros difíceis de resenhar, que você sabe que nunca vai conseguir dizer o suficiente não importa o quanto diga. Desde seu lançamento lá fora, no ano passado, eu estava maluca por esse livro, já que só teve comentários incríveis, e quando finalmente peguei ele na mão para ler não tinha como ter maiores expectativas do que as minhas. E agora vou tentar passar um pouquinho para vocês de todas as coisas incríveis que fazem esse livro tão bom e tão único.



O livro conta a estória do Noah e da Jude, os dois eram irmãos gêmeos inseparáveis, que sempre sabiam o que o outro estava pensando ou sentindo. Mas tudo mudou quando eles tinham treze anos e os dois passaram a competir por tudo, desde a atenção dos pais até uma vaga na melhor escola de arte da Califórnia. Três anos depois, eles não poderiam estar mais distantes. Mesmo vivendo na mesma casa, mal-entendidos, mágoas e uma grande perda fizeram com que eles se separassem mais do que nunca e se tornassem pessoas completamente diferentes.
Noah narra a estória de quando eles tinham treze anos e Jude narra a vida deles três anos depois, quando já estão com dezesseis.

É difícil pontuar o que mais se destaca em Eu Te Darei O Sol. Sério. Mas se preciso começar de algum lugar, acredito que preciso começar pela narrativa. Esse não é o primeiro livro que li da Jandy Nelson, também li O Céu Está Em Todo Lugar, mas não me lembro de na época a autora ter um narrativa tão marcante e única. É difícil escolher um palavra para descrever, o termo "poética" não parece ser o suficiente. É como se a narrativa tomasse a forma e a personalidade de quem está narrando no momento, as partes do Noah são repletas de descrições subjetivas, como se ele estivesse realmente pintando e desenhando cada um dos momentos da sua vida, tanto que em algumas partes até são citadas os nomes dessas pinturas imaginárias. Já as passagens narradas pela Jude são completamente diferentes, são mais diretas e "limpas", mas repletas de citações da bíblia da sua avó que são incríveis e fazem toda a diferença. Confesso que sou muito mais fã das partes do Noah da estória, muito pela narrativa maravilhosa (Sério, não to exagerando. É incrível!) e muito também pelo personagem em si.
Também quero destacar que amei as narrativas que se passam em momentos diferentes, mas se completam e se encaixam de todas as maneiras certas. Adorei poder acompanhar a estória dessa maneira que é extremamente interessante, mas, principalmente, muito bem executada.

Agora, é claro, que outro ponto alto do livro está na sua estória. É interessante perceber que ela não tem um tema principal, ela trata de tudo e de nada ao mesmo tempo. Fala da relação dos irmãos, fala de família, de perda, de luto, de amor, de paixão, de autodescoberta, de aceitação, de dor e de todas as pequenas - e grandes - coisas que compõem a vida de um pessoa. E isso é o mais incrível do livro para mim, porque a Jandy Nelson conseguiu dar uma vida completa e complexa para cada um de seus personagens e que por mais que a espinha dorsal da estória seja a relação quebrada e desgastada dos gêmeos, ela se torna algo muito maior do que apenas isso.
É por isso que ler Eu Te Darei O Sol é como estar em uma montanha-russa de emoções, em um momento as coisas estão péssimas e, de repente, algo incrível acontece para logo depois tudo desabar novamente, mas aí, quando você menos espera, tudo fica mais do que bem de novo... e dessa forma a estória se desenrola, como acontece na vida real, como acontece com cada um de nós.

Preciso confessar, porém, que o Noah é de longe o meu personagem preferido. Como já disse, muito por causa da sua narrativa que é absolutamente linda, mas também pela sua personalidade, pela forma como ele encara o mundo e ok, confesso, muito também pela sua história de amor. Não que a da Jude também não seja boa, mas eu consegui sentir tudo o que o Noah estava sentindo, sabem? Era algo tão puro, sincero e inocente de certas maneiras que eu simplesmente não consegui evitar.
Isso não quer dizer que eu não goste da Jude e da sua estória, ela é igualmente interessante, emocionante e incrível de se acompanhar. Ela só não conseguiu ter aquela coisa a mais que a gente espera - ou eu simplesmente não me simpatizei tanto assim como ela, não posso afirmar com certeza.
Mas se posso dizer algo é que não tem como não se relacionar com pelo menos um deles, ou com pelo menos um aspecto da vida de cada um deles, dos seus sentimentos, das suas dúvidas, incertezas e paixões.

Acho que não tenho como comparar Eu Te Darei O Sol como mais nada que já tenha lido, ele é tão único nos seus detalhes e eu peço desculpas por não ser capaz de passar isso para vocês como queria e deveria, É impossível colocar em palavras tudo o que senti lendo esse livro ou explicar o que faz a narrativa da Jandy Nelson tão especial. É uma estória sensível, forte, linda e que se relaciona muito intimamente com a vida real. Ele se tornou um daqueles livros que vou recomendar para todo mundo, o tempo todo!
Amor, penso e penso e penso, mas não digo. Não digo. Não diga. Não lhe diga que você o ama. Mas digo. Eu o amo mais do que tudo, Fecho meus olhos e mergulho nas cores, abro-os e mergulho na luz porque bilhões e bilhões de baldes de luz são derramados sobre nossas cabeças. 
Encontrar sua alma gêmea é como entrar numa casa onde você já esteve  - você vai reconhecer a mobília, os quadros na parede, os livros nas prateleiras, as coisas nas gavetas: você é capaz de se localizar no escuro se precisar. 
Ele não sabia que eu o observava do corredor, como ele se deixava pender contra a geladeira, a testa apoiada contra a porta fria, os olhos fechados, os sonhos fora do corpo. Ele não sabia que, assim que saia pela manhã, eu procurava os blocos de desenho secretos que ele escondia sob a cama. Era como se Noah tivesse descoberto todo um novo espectro de cor. Era como se tivesse encontrado uma nova galáxia de imagens. 

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